quarta-feira, 7 de julho de 2010

[inspiração para uma despedida] memórias

Ontem tive uma experiência de homeopatia à custa desta melancolia que tenho por não te ver. Entrei no carro e percebi que as moléculas do ar guardavam, diluída, a memória da tua presença. E não haveria homeopata nenhum que conseguisse recriar, de forma mais perfeita, a tua memória. No ar do meu carro respirava-se uma gota de bruma das três da madrugada, uma curta caminhada, dois sorrisos e uma conversa de reencontro ligeiramente triste... E agora só me resta acreditar que o ar do meu carro me pode me pode curar da tua ausência.

* Não é preciso dizer que este post também é para ser servido com uma dose generosa de ovos escalfados, pois não? É que qualquer dia ainda me apelidam de esquizotípica e ainda a revolução vai no adro....

5 comentários:

  1. AB said:
    M-m-my dear, your bl-bl-blog is s-s-slighty be-be-becoming ou-ou-out of a-a-Africa

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  2. De vez em quando fico com uma nostalgia que não se limita àquilo de que tenho saudades... invade-me profundamente, numa incontinência de sentimentos que toma conta da minha vida. Toda. Não só a parte de mim que ficou enterrada em África com uma sepultura por cima...

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  3. Aposto que andam por lá leões (e 2 ovos escalfados)

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  4. Só agora a história dos leões a rondar a sepultura com dois ovos escalfados para me fazer rir... Mas a história é séria, muito séria... É a mesma história que ainda não tive coragem de contar...

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  5. (eu acho que já tinha pressentido isso da nostalgia. alguém tão apaixonado pelo Brideshead Rev...)
    Sabe uma coisa que descobri com grande espanto? Por muito factual seja aquilo que a gente conta quando escreve, logo isso se transforma em ficção quando nos sai das mãos e os outros o começam a ler! Cria-se de imediato essa distância mítica, muito conveniente, diga-se. De modo que. Outra alternativa, que às vezes uso, é mudar locais, sexos, enquadramentos específicos.

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