«Pareceu-te um dia bom para nos deixares, Bernardo. O sol apetecia e as fotos, que tanto amavas, chamavam-te para a beira da falésia. Como viveste, também foi no precipício que derradeiramete te apeteceram os imensos dons com que brilhaste. (...) Sempre te achei um pequeno génio escondido num corpo grande e numa bondade estonteante. Diferente de tudo, de todos, da Música que eras por dentro, foste diferente ao nos deixares tão sós, tão perto do medo, tão frágeis. Diferente foste ao partir tão cedo, Bernardo. Esperar-te-ei sempre (...) a ocupares com as tuas imensas mãos o piano que nunca soou tão bem, a inundares de vida e ruptura este mundo que tanto necessitava agora de ti. Descansa enfim, meu amigo. Há pianos onde estás, tenho a certeza»
Pedro Abrunhosa
Sem comentários:
Enviar um comentário