(...) A rotina das famílias [de Nampula] conheceu nos últimos tempos uma mudança forçada, estando dependentes o início das suas actividades diárias da hora em que começa a jorrar água nos fontanários públicos, onde se tornou comum ver longas filas de pessoas, sobretudo mulheres e crianças, com vários tipos de recipientes às mãos, aguardando a sua vez que não se sabe quando chega para obter o precioso líquido.
Num contacto com o administrador do Hospital Central de Nampula, a maior unidade sanitária da região norte, soubemos que a restrição do abastecimento de água à urbe afecta fortemente a gestão do hospital.
Todo o hospital, com cerca de 400 camas, necessita de grandes quantidades de água para atender às suas necessidades e os sectores da maternidade, enfermarias e morgue consomem quantidades que não se podem estimar, até porque a procura depende do movimento e do nível de internamento e óbitos.
A limpeza duma casa que recebe diariamente cerca de dez mil utentes, sobretudo acompanhantes e doentes para consultas externas, afigura-se complexa, sendo a água o principal motor dessa actividade.
“Na lavandaria, colocámos um reservatório elevado para garantir que a lavagem de roupas não fique afectada e, na morgue, disponibilizámos baldes de reservas de água para responder à lavagem dos corpos. Não obstante, algumas famílias trazem consigo galões de água para o mesmo fim, o que achamos positivo porque revela sensibilidade em relação à crise que todos enfrentamos”, acrescentou Maurício Afai. (...)
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