Nossa Senhora de Mulevala
(Mulevala, Zambézia)
Alvíssaras, meus amigos, já temos novas do Gilé, directas para Portugal! São 06:00 em Moçambique, menos duas horas em Portugal continental e parece que o Sr. Pompisk amanheceu melhor, graças aos medicamentos que seguiram daqui na semana passada, a Deus Nosso Senhor e a Santa Maria de Mulevala, a Santa geograficamente mais próxima do Gilé, que por uma questão de comodidade - e de brio regionalista! - resolvemos adoptar como padroeira desta cura.
Já vos falei de Nossa Senhora de Mulevala (a propósito desta história), mas, para quem não conhece, é assim uma espécie de Nossa Senhora de Fátima, mas que apareceu em Mulevala, a cerca de 200 km do Gilé, a um grupo de camponeses e não a três pastorinhos. Convenhamos que na Zambézia não há assim muita pecuária e portanto, para aparecer a pastorinhos, Nossa Senhora teria de ir para Cabo Delgado, ou para a Tanzânia e lá ficávamos nós sem padroeira. Em vez de um manto azul vinha vestida com uma túnica branca e envolta num manto verde, não tinha segredos [pelo menos, se os tinha, das duas uma, ou não os contou, ou ainda ninguém se descaiu] e, tanto quanto sei, ainda não há meninas na região chamadas Maria de Mulevala. Mas temos pena...
O Sr. Pompisk costuma dizer que não é crente mas, nas suas próprias palavras, à cautela vai fazendo muitas obras de caridade aqui e ali, porque assim sempre ajuda os vivos e pode ser que Deus, se existir, se lembre dele quando chegar o dia e a hora! Felizmente parece que o dia e a hora não são hoje... É uma alma de comerciante, sem apelo nem agravo! E genuína e boa...
Aliás, esta alma de comerciante também está patente em canções populares no nosso país: quem não sabe cantar o Natal de Elvas, "Eu hei-de dar ao Menino/ uma fitinha para o chapéu/ e Ele também me há-de dar/ um lugarzinho no céu!" O Sr. Pompisk pelo menos faz coisas que se vejam, enfermarias para o hospital, por exemplo, que vieram substituir um telheiro vergonhoso, sob o qual ficavam internadas crianças com doenças gravíssimas.
Que bom.
ResponderEliminarNão conhecendo o Sr. Pompisk, mas sendo ele motivo para escritos destes, só pode ser boa gente, gente Zambeziana, não desmerecendo os de Inhambane, e outras terras.
Só que a Zambézia tem aquele gostinho especial, e efeitos demolidores.
Entranha-se.
Quem a viu, e quem a vê! Caramba!
Já bebeu "água do Zambeze", de certeza.
Ah, e essa doença, pode ficar com o seu canudo, que, digo-lhe já, é incurável.
Que Nossa Senhora de Mulevala, e a alma comerciante do Sr. Pompisk se coliguem, e já agora, que o camponês dê uma ajudinha.
Bom espírito.
E que também a "Macangueira" não esqueça de mandar remédios, só para ajudar!
Mr. Pompisk,
ResponderEliminarSó para te recordar ainda tenho na minha garrafeira numa velha garrafa de Gin Gordon, daquela preciosa bebida que me recomendaste quando estive doente com febres altas que não passavam, aquando da montagem das linhas de 110 kV e 33 kV bem como a Subestação de Uapé com os amigos indianos. Obrigado pelo trator cedido.
Aquele abração amigo
Esmael Jamú