domingo, 13 de junho de 2010

[welcome to mozambique] a bagagem

O Domingos a carregar o jeep com as minhas malas.

Os estimados leitores que leram o post de ontem sobre a minha mala de viagem devem estar a pensar o que eu pensaria se o tivesse lido (e não vou aqui dizer, como muitos, que nunca me teria dado ao trabalho de ler uma coisa tão fraquinha, que isso é coisa que não compreendo. Pois se até me dei ao trabalho de a escrever...):

- Então esta gaja, que diz que vai para a África profunda, que anda de jeep em picadas e pontes de bambu, que já mudou um pneu em plena savana, não consegue fazer uma mala para uma semana sem dar conta das costas de um gajo? E depois ainda volta com uma mala de compras?! Assim não era preciso ir para Moçambique, mais valia ir fazer um safari para o Colombo. Assim só estragava as costas dela. E depois diz que é falta de poder de síntese! O que lhe falta sei eu...

(Bem, eu não sou tão mazinha. Eu pensaria apenas: "Curioso, este post parece muito incongruente com as viagens e o trabalho de voluntariado no meio do mato em Moçambique..." E talvez acrescentasse que se não tinha poder de síntese pelo menos podia ficar calada...)

Pois... a verdade é que quando vou para Moçambique tudo é diferente. Por exemplo, da última vez que fui levei 100 kg de bagagem. E sim, não coloquei um zero a mais! Como o meu bilhete foi comprado pelos Missionários Combonianos em Maputo, tinha direito a levar 60 kg. E já que ia com uma amiga que também tinha direito a levar mais 60 kg, levei mais 40 kg e ela... 20.

Eram seis malas carregadas, mais uma mochila de cabine, o laptop e a guitarra. (A minha outra paixão é a música e o canto. Já que não sei dançar nem tocar batuques poderia tocar umas guitarradas no mato e ensinar canções aos meninos para eles dançarem.)

Dessa vez quem me foi levar ao aeroporto foi o meu santo pai. Claro que ele se passou completamente! Levava 100 kg de bagagem, seis malas, uma mochila de cabine, um laptop E A GUITARRA? Que necessidade havia de levar a guitarra? Ora, retorqui, quem leva 100 kg de bagagem, uma mochila de cabine e um laptop por que razão não levaria uma guitarra? O que pesava era tudo o resto, não a pobre da menina mai linda das unhas da mamã. Mas sua santidade estava desorientada... Que me tinha sempre tentado ensinar melhor e não era verosímil que não tivesse aprendido! E pronto, colocadas as coisas nestes termos, a conversa ficou por ali e a menina mai linda das minhas unhas ficou mesmo em terra para não dar um desgosto ao avô...

Mas já andamos a divagar. E perguntam os estimados leitores: o que é que levavas nesses 100 kg de bagagem?! Eu até respondo: levo só o indispensável para sobreviver na savana. Claro que isso inclui o meu secador, com o qual tenho uma relação fortíssima, bastantes artigos de higiene (sim, bastantes mesmo, que os toalhetes Dodot já me salvaram a vida certa vez, em que uma amiga minha apanhou cólera e eu não porque ela lavou as mãos numa água que lhe trouxeram e eu limpei as mãos a um toalhete...) e um grande carregamento de pastilhas. Isso tudo mais a roupa pesariam uns 15 kg. O resto eram medicamentos e equipamento médico. Mais descansados?

3 comentários:

  1. Acho que nunca tinha comentado aqui no teu espaço... (shame on me!)
    Mas digo-te que sou frequentadora assídua!
    Só que agora tinha mesmo de dizer qualquer coisa: 100Kg de bagagem???? Se for com medicamentos e afins tens o meu perdão, caso contrário vou escarrapachar este teu texto na cara de quem me costuma chamar abusadora!
    Falta-me só dizer: grande blogue! E agradecer a quem mo mostrou.
    C.L

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  2. ps: eu sei que falaste neles (nos medicamentos), mas eu sou muito céptica! :p

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  3. Então... Eu disse mesmo. Quinze quilos para roupa, secador (nunca me esqueço do secador) e artigos de higiene. Os outros 85 quilos eram medicamentos e equipamento médico... Mas gosto sempre de falar nessa viagem épica com as tais 6 malas de viagem... Dá um ar de loira em África. lol

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