quarta-feira, 26 de abril de 2017

[histórias de sempre] 25 de abril

25 de Abril
(Lisboa)

[Todos os anos vos brindo com este episódio. Porque todos os anos ele é contado à mesa do almoço. Ora vamos lá a isto mais uma vez. Porque 25 de abril é para sempre. Só que agora se escreve com letra minúscula.]

Era a noite de 24 para 25 de abril, quarta para quinta feira, salvo erro. Corria o ano de 1974. O meu pai, então alferes a cumprir o serviço militar obrigatório e já com ordem para ir para a Guiné, ofereceu-se para ir buscar as armas ao paiol, uma vez que o capitão estava nervoso demais:
- Aqui só se entra com senha e contrassenha! - gritava o guarda do paiol completamente a leste do que se passava...
- Olhe, vai haver um golpe de estado. Vamos derrubar o governo - o meu pai é a calma em pessoa -, portanto, o senhor ou se põe às minhas ordens ou eu tenho de o mandar prender...
- Ah... então faça favor!

O que se passou em seguida... é História!

[Esta peripécia ficou só para a história lá de casa, mas a minha preferida é a do chaimite que ia à frente da coluna militar e parou na avenida porque o sinal estava vermelho... "Porque parou, perguntou o capitão ao condutor?" "Meu capitão, o sinal está vermelho!" Mas nada pode parar uma revolução! O meu instrutor de condução é que ficaria orgulhoso para todo o sempre!]

E agora, se me dão licença, vou ali continuar a contar ao baby-de-mulata o que foi o 25 de abril... ele gosta de histórias com finais felizes. E também de qualquer história que meta tropas e tanques de guerra. Mas também já percebeu que é bom haver liberdade. Um dom absolutamente adquirido...

Sem comentários:

Enviar um comentário