quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

[coisas da zambézia] a província mais africana de moçambique






Imagens do Gilé, Mulevala e Milevane, da província mais improvável e africana de Moçambique.
(Zambézia, Moçambique)

É também da Zambézia que nos chega uma das maiores improbabilidades da cultura africana. Uma notícia recente tem sido objecto de discussão acesa e recorrente...
Um régulo ter-se-á metamoforseado em hipopótamo após a sua morte, na localidade de Pinda, distrito de Morrumbala, na Zambézia. Trata-se do régulo Luis Dambuenda, que perdeu a vida em Fevereiro último, vítima de doença.

Segunda a Rádio Moçambique, que faz fé nos depoimentos dos familiares e dos residentes locais, uma semana após o funeral, "os seus espíritos transformaram-se num hipopótamo". Dados recolhidos no local pela Rádio Moçambique indicam que o "animal" é inofensivo e vive actualmente no rio Chire, junto à travessia de Pinda para Mutarara, distrito de Tete.

Por vezes, o "Régulo-hipopótamo" sai da água, pesseia pela povoação de Dambuenda, sem fazer mal aos seus subditos, consome vários alimentos, incluindo bebidas alcoólicas, além de brincar com crianças da zona. O insólito tornou-se um fenómeno de atracção para os residentes locais e pessoas que usam a travessia do rio Chire, de Pinda para Mutarara e vice-versa.

O Governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, que se deslocou ao local, disse que foi informado de que é tradição naquela família as pessoas transformarem-se em animais depois da morte. Meque foi informado também que os anteriores régulos, já falecidos, transformaram-se também eles em leões ou cobras, conforme a sua escolha.

A história não acaba aqui, claro que continua...

2 comentários:

  1. Uma notícia hipopotimpoprovável, então.
    Um sorriso!

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  2. No http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2011/08/r%C3%A9gulo-morre-e-transforma-se-em-animal-em-morrumbala.html, fiz a propósito, o comentário que segue:

    "Régulo muito poderoso esse.
    Não é qualquer um que consegue ser hipopótamo depois de morrer, encarnar num animal tão temido assim como o M’vuo, Mvuu, Muvúo (agradeço ao Fr. Moises a devida correcção. Há muitas grafias!!!) - hipopótamo.

    Lá na minha zona acontecia muito com os crocodilos.
    Crocodilo, Ngóna, era muito escolhido em Bauaze. Muito preferido.
    Talvez porque acostumamos com o rio Zambeze.
    Vizinhos, banhamos juntos.

    Agora, no meu caso, quando ouvir que chegou a hora, vou querer ser Xirico, aquele M’balame que canta muito, e bem, ou então como gosto demais do Zambeze, pica-peixe-pigmeu, tererwa, bonito demais, com cores que brilham ao sol.
    O meu amigo Afonso me diz que devia de ser perdiz, Nkwale, não sei porquê!
    Ainda vou resolver.

    Agora gosto muito, demais mesmo, ler Nação Sena em vez de tribo, etnia, etc…

    Asenas, Nação Sena."

    Gosto do título - Zambézia, a província mais africana de Moçambique.

    E concordo.

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