sábado, 16 de abril de 2011

[a kiss is just a kiss] maputo vs new york


I love New York but...
Mozambique is sweeter to me!

Eu podia dizer que Nova Iorque é uma cidade genuinamente feita à minha medida. Não dorme, fervilha de actividade, tem uma das melhores óperas do mundo e podemos à vontade ter uma crise de "ai que não tenho nada para vestir hoje" em tudo igual àquela que me deu no Gilé em 2008 sem que tenhamos de ir ao mercado a dezenas de quilómetros de casa deprimir-nos a comprar capulanas para enrolar à cintura (lindíssimas, é verdade que são lindíssimas, mas ainda assim, para quem acordou com um "ai que não tenho nada para vestir hoje", deixam o coração desconsolado...).

Mas não é por isso que Nova Iorque foi feita à minha medida. Estas nunca seriam razões suficientes. É preciso algo mais do que uma ópera e dois pares de sapatos para me fazer feliz. É preciso a cidade fazer-me sentir bem comigo própria. A razão é outra. Única e ainda mais comezinha, mas incontornável: Nova Iorque é uma cidade para loiras! Mas loiras mesmo daquelas que não têm um pingo de androgénios no cérebro. Daquelas cujas mães também já não tinham uma gota de androgénios que fosse. Nem as mães das mães delas. Daquelas que nunca-aprendem-o-caminho-para-lado-nenhum-à-terceira-quanto-mais-à-primeira. Daquelas que já mandaram três GPS para o lixo "porque não prestavam para nada" e que "para estarem sempre a dizer recalculando e inverta assim que possível mais valia estarem caladinhos na lixeira municipal onde no máximo só iam poder irritar gaivotas! E mesmo assim só se as apanhassem num dia mau, que as gaivotas são bichos reconhecidamente calmos e orientadinhos no espaço e não são animais para se deixar abater por um recalculando quando estão com pressa para ir apanhar um peixinho para o jantar..."* 

Nova Iorque, meus amigos, está organizada de modo a até uma loira conseguir orientar-se. As ruas começam no número um e vão por aí acima por ordem, muito certinhas e ordeiras até às muitas dezenas e as avenidas cortam-nas em ângulo recto igualmente por ordem (à excepção de uma ou outra, mas vá, não há cidades perfeitas!)... Em suma, não há maneira de uma pessoa, por menos melanina que tenha no cabelo, se perder!

No fundo eu até podia dizer que Nova Iorque é a minha cidade. Mas não digo. É verdade que sou bairrista e parcial. É verdade que as minhas coisas são sempre as melhores porque são minhas e eu gosto delas incondicionalmente. Perdoem-me. Isto se calhar são circularidades de uma rapariga loira... Mas a verdade é que Moçambique é muito melhor do que isto tudo. E ainda por cima Moçambique mima-me a cada esquina... Obrigada ao Pedro! A kiss from not so far.

* Estou a brincar, não foram três GPS, foram só dois...

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