Missa cantada em Macua...
(Iapala, Nampula)
«Sempre achei que o que o meu país precisava de mim e das pessoas da minha geração era que adquiríssemos competências em várias áreas e conseguíssemos aplica-las no seu desenvolvimento ou que nos permitisse honrar o seu nome em qualquer país ou organização onde estivéssemos inseridos. Tudo o que não precisava, era que contribuíssemos para engordar a lista de pseudo-políticos e pseudo-intelectuais que abundam na nossa terra.
Depois de tantos anos de treino, considerava que era um “desperdício” não me concentrar, quase em exclusivo, em tentar pensar e aplicar a técnica e o raciocínio aprendido ao longo deste tempo em algumas transformações possíveis de serem aplicados no meu país (quer directamente ou à distância). Por isso, apesar de ter sido sempre um cidadão atento e empenhado, deixei de me preocupar com muitas acções, partidos e pequena política da nossa praça e, ainda, de participar em algumas feiras de vaidade em que se transformavam alguns encontros e espaços de debate.
No entanto, neste momento decisivo da nossa história colectiva, em que alguns irresponsáveis nos puseram (e voltarei a este tema brevemente), parte do meu tempo será dedicado para uma contribuição mais directa na luta contra qualquer forma de ditadura, seja ela militar ou outra, e para a instauração de um país verdadeiramente democrático, livre e justo, que aspire a um outro patamar de desenvolvimento.
Devo-o a mim, à minha família e ao meu povo que merece melhor sorte.
Por isso, caros amigos, vamos lá fabricar ideias e acções que nos ajudem a passar para um outro nível enquanto país e enquanto povo.»E eu tiro-lhe o chapéu! Porque há homens de escroto vazio e mente apática que não têm sequer coragem de pensar o que este senhor escreve...
Nos pequenos gestos encontramos a diferença que nos leva a continuar a ter esperança na condição humana. Os apelos do Hospital Simão Mendes em Bissau, de que fiz eco aqui, foram sendo respondidos pelos próprios guineenses. Num dos países mais pobres do mundo a generosidade foi esmagadora. Cidadãos comuns, jovens, farmacêuticos e empresários uniram esforços que tornaram possível que a alimentação esteja garantida até sexta-feira e o material de emergência médica até quarta-feira.
Bem hajam.