No corredor do hospital no mês passado, um colega meu Neuropediatra encontrou o pai de um menino cigano de cinco anos, que tinha ido à sua consulta no ano anterior por um atraso gravíssimo da linguagem. Nunca mais regressara à consulta apesar dos esforços do médico em contactar a família, já que a situação era muito preocupante (um clássico: os números de telefone nestes casos nunca são verdadeiros...). O Neuropediatra, senhor de uma memória fotográfica de fazer inveja, faz parar o pai, que assobiava para o lado, tentando passar de fininho...
- Então o senhor nunca mais me apareceu na consulta com o menino?
- [Olhando para baixo...] Hã... Doutori... Pois foi. Nunca mais... [E, de repente, com a face iluminada por um sorriso...] Mas é que ele está muito melhori!
- Está melhor? Então? Mas já diz alguma coisa?
- [Com um grande entusiasmo!] Sim, Doutori, vêja lá que o cabr*** já diz fi*** da p***!
Enfim, como diria o Lépido, tem de se começar por algum lado...
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