Eu queixo-me, é verdade. Queixo-me muito dos que vêm aqui ter a este mato à procura de "mulatas selvagens" e afins (essas pesquisas continuam, obviamente, no top deste blogue, como não podia deixar de ser, que eu até me ofendia!)... Queixo-me em parte porque acho graça. Os queixumes têm ritmo, têm uma musicalidade própria e sobretudo despertam alguma reacção por parte do outro. Um carinho se forem queixas pertinentes ou, na maior parte das vezes, já que são despropositadas, evocam um sorriso condescendente, daqueles que dizem "pronto, pronto, tem graça as pessoas virem ter aqui ao mato com pesquisas absolutamente ao lado". E ficamos por aí.
Já o dizer bem tem menos ritmo e, para mim, tem menos graça, por isso nunca falo das pesquisas que me enternecem e me enchem a alma. Daquelas pesquisas certeiras. Das pessoas que têm tanta fé no Santo António do google que é só fechar os olhos e "puf", teletransportam-se até cá antes que consigam terminar a primeira frase do responso.
Isto para dizer que adoro quando vejo que houve gente que cá veio parar à procura de fotos de Iapala, de Ribáuè, do Gilé ou de Milevane. Inclusivamente houve uma pessoa que veio à procura da sua escola primária. A pessoa que queria ver uma "foto recente da escola primária de Iapala" queria mesmo ver a fotografia que postei aqui há atrasado... É bom. É mesmo bom, saber que às vezes este mato também serve para mais do que para disparates e sorrisos condescendentes. Uma fotografia não mata saudades, mas às vezes alivia e conforta. Quando a mim própria me assaltam saudades e me ponho a navegar à procura de outros olhares, mais do que matar saudades, conforta-me saber que mais alguém foi tocado por aquelas imagens, mais alguém as considerou dignas de um post, mais alguém amou aquelas paragens. E que possivelmente também foi feliz por lá... A todos os que vêm aqui ao mato, nem que seja por incidente: tenham um bom dia.
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