... e só começou a pintar com mais cor quando a paz chegou finalmente aos campos onde dormia o seu povo!
sim
às marrabentas
às danças rituais
que nas madrugadas
criam o frenesi
quando os tambores e as flautas entram a fanfarrar
fanfarrando até o vermelho da madrugada fazer o solo sangrar
em contraste com o verdurar das canções dos pássaros
sobre o já verduzido manto das mangueiras
dos cajueiros prenhes
para em dezembro seus rebentos
dançarem como mulheres sensualíssimas
em cada ramo do cajual da minha terra
mas, sim ao orgasmo
das mafurreiras
repletas de chiricos
das rolas ciosas pela simbiose que só a natureza sabe oferecer
mas sim
ao som estridente do kulungwana
das donzelas no zig-zague dos ritos
quando as gazelas tão belas
não suportam mais quarenta graus à sombra dos canhueiros em flor
enquanto as oleiras da aldeia, desta grande aldeia moçambique
amassam o barro dos rios
para o pote feito ser o depositário
de todo o íntimo desse Povo que se não cala disputando
ecoosamente com os tambores do meu ontem antigo.
Malangatana
O que eu adoro os trabalho deste senhor!
ResponderEliminarLourencinha
Eu também! Curiosamente lembro-me dele desde sempre. Os meus pais eram absolutamente aficcionados por Malangatana. Acho que até devo ter aprendido alguma coisa de anatomia lá para os cinco ou seis anos com as pinturas do Mestre ;)
ResponderEliminar(um) beijo de mulata
Ficámos todos mais pobres... E eu com muita pena de quase, quase, o ter conhecido pessoalmente!
ResponderEliminarOh... não sabia...
ResponderEliminarEle era um doce de pessoa, qeu contrastava com o seu vozeirão e gargalhadas roucas...
Os meus filhos, de pois de perderem o medo à sua voz e mãos enormes, chamavam-lhe "Avô Tana"...
:'(
beijinhos!
Bárbara Yu