terça-feira, 26 de outubro de 2010

[vozes brancas* #28] afilhados à distância

Este ano, um dos pedidos que levava quando cheguei a Nampula era o de procurar a afilhada à distância de uma amiga minha para falar com ela, conhecê-la, ver como estava e se precisava de alguma coisa e, por fim, tirar uma fotografia com ela. Pedi às Irmãs que organizam este apadrinhamento à distância para mandar chamar a menina. Só sabia que se chamava Remissa, que tinha 7 anos e morava no bairro de Muahivire, mas isso bastava (nem me ocorreu saber mais do que isso). Ela apareceu, dias depois, acompanhada pela irmã mais nova pela mãe, que me contou que a pequena Remissa tinha ficado muito entusiasmada:
- Mãe, a minha madrinha está a chamar! Quero viajar!

E lá lhe expliquei:
- Não, a tua madrinha não te quer levar daqui, não te quer longe da tua família, mas se quiseres estudar e até mesmo ir para a faculdade, ela vai-te ajudar...

Chega a ser comovente perceber o carinho destas crianças pelas madrinhas e padrinhos que nunca viram mas que entendem que é em parte graças a eles que podem ter uma oportunidade de continuar os estudos e sair de um ciclo de pobreza...

* Timbre da voz de uma criança antes da puberdade.

3 comentários:

  1. Este post tocou-me muito, já que também tenho uma afilhada à distância que um dia quero muito visitar... em São Tomé e Principe. Fiz a divulgação no meu blogue, acho muito importante alertar as consciências.
    Obrigado.

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  2. e de cada vez que aqui venho cheirar a flor, fico sempre com a lágrima no canto do olho!!! Rita Pereira

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  3. Alô!! Como é o processo de se ter afilhados à distância?? Beijo

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