sábado, 17 de dezembro de 2011

[caderneta de cromos] as melhores do serviço de urgência

Serviço de Urgência em plena estação de Outono-Inverno, com o usual bazar de quinquilharias respiratórias. Um bebé com seis semanas de vida, pequeno o suficiente para se considerar um quase recém-nascido, mas maduro o suficiente para quase jurar que não ia ter complicações. Tinha uma infecção respiratória que me deixou preocupada e pedi aos pais para me telefonarem horas depois para me informarem da evolução do menino.

Nessa tarde os pais telefonam, preocupados, mas optimistas, bem dispostos e ambos perdidamente apaixonados pelo milagre que lhes tinha acontecido: o menino continuava a conseguir mamar, mas não tão bem como antes e às vezes fazia um barulho diferente a respirar.

Eu - É um barulho assim como se fosse um assobio?
Mãe - Não... não o que eu chamaria de assobio...
Eu - Então? É mais assim um fervilhar?
Mãe - Também não é bem um fervilhar, não sei se isto é normal, Doutora.
Eu - Mas é muito diferente do barulho que fazia há pouco?
Mãe - Mais ou menos, o timbre é parecido mas mais agudo, o ritmo é que é diferente...
Eu - É mais lento, como se fosse um ronronar? Ou mais rápido?
Mãe - Não é bem isso, é mais agudo...
Pai [com voz de quem está ali mesmo ao lado] - É assim como se tivesse Peta Zetas nos pulmões!
Mãe [voz triunfante] - É isso! É como se tivesse Peta Zetas!
Eu [com um sorriso] - Ah, pronto, já percebi! Tem, uma bronquiolite, era o que eu esperava...

(Peta Zetas... Muito bom! Os pais de hoje são tão filhos dos anos 80!)

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