No dia seguinte, eu e ele mais recompostos, levei-o novamente à sala, desta feita ao meu colo e com as luzes de Natal apagadas para ter a certeza de que não haveria azar e ele já me pareceu mais ambientado. Fomos cumprimentar o pinheiro e explorar a decoração. Mostrei-lhe as bolas de Natal, os anjinhos e a estrela, mas ele pareceu muito mais interessado na própria árvore e comentou que o senhor pinheiro tinha pés, cabelo, braços e cauda... Ia rebentando a rir com aquela capacidade projectiva e congratulei-me com a falta de paciência do meu sobrinho para as pirosices de Natal da sua tia...
Só que os dias foram passando e o senhor pinheiro continuava a não ser amigo. Podia ter pés, cabelo e cauda, mas amigo é que ele não era... Assim, esta noite resolvi assumir que as luzes seriam um obstáculo à aceitação da árvore e retirei-as. Mas mal viu o pinheiro sem as luzes, o pirata atracou-se a ele como se não houvesse amanhã e ia destruindo, sem apelo nem agravo, a árvore de Natal juntamente com os enfeites.
E foi assim que, por motivos de força maior, me vi obrigada a recolocar as luzes e a acendê-las, garantindo um perímetro de segurança e preservando assim a integridade física do Senhor Pinheiro de Natal que enfim, isto de educar uma criança nos valores da tolerância e da coexistência pacífica é coisa que se vai aprendendo por tentativa e erro...
Minha querida,
ResponderEliminarPercebo perfeitamente a tua frustração!
Acabar de construir uma verdadeira obra de arte que não é apreciada pelos "piratinhas de casa" coloca em causa o ego de qualquer fada do lar.
Mas não se esqueça de um pequeno pormenor: a inteligência feminina consegue suplantar os instintos destrutivos da criatura!!!!!
E tenho a certeza que a tua técnica "tentativa erro" vai dar grandes frutos!!!!!
CORAGEM!!!!!!
Este primo é cá dos meus e do Fernando Pessoa que dizia: "Primeiro estranha-se depois entranha-se." Mil BJS para ele.
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