Mulheres regressando do rio.
(Gilé, Zambézia)
Tu nunca a viste sem a capulana,
porque a capulana é parte dela.
A capulana de minha mãe é minha capulana.
Também, quando eu era pequenina,
foi o meu berço de menina
nas costas da minha mãe.
É dom de toda a família,
é transporte de mobília.
É enfeite em casa de rico.
A capulana de minha mãe
serve de graça a qualquer
e aceita ser emprestada
a qualquer outra mulher.
Pode servir de tapete
e ser pisada, ser joguete
sem se queixar de ninguém.
É querida se está doente,
nas festas é um presente,
enxuga a fronte a quem chora,
e é contente a toda a hora.
Faz-se toalha de mesa,
faz-se toalha de rosto,
faz-se toalha de altar.
Limpa a baba do menino,
na morte é a nossa mortalha.
A capulana da minha mãe!
Tudo cabe dentro dela,
e nela tudo se agasalha.
Quem tem coração generoso,
jamais a recusou.
Quem a louvou algum dia?
Quem dela se recordou?
A capulana da minha mãe
é como o seu coração,
nasceu para nunca dizer não!
(Poema popular moçambicano)
Realmente é fantástico o que de especial é um pano tão simples ;)... nós na Europa deviamos aprender muito com as MULHERES AFRICANAS:
ResponderEliminarConcordo, Miriam... Mas limito-me a postar fotografias e pequenos instantes, pequenos vislumbres, na esperança de que a fotogenia destas mulheres possa ensinar alguma coisa. Mas é só uma fantasia minha, acho eu...
ResponderEliminar(um) beijo de mulata
O amor que eu tenho às minhas Capulanas (compradas em Moçambique, dizem ser as mais bonitas, mas ainda não tenho forma de saber se é ou não verdade) :)
ResponderEliminarAinda não tive coragem de fazer nada com elas, tal é o meu medo de as cortar ou estragar... mas adorei a forma como a aplica no dia-a-dia do baby-de-mulata, talvez um dia quando tiver um baby meu possa seguir o exemplo.