Na semana passada eu estava de urgência no meu hospital e portanto quem se encarregou do complexo ritual de adormecer Dom baby-de-mulata foi Mr. Shaka.
E, depois de fazer uma cama no chão, o número do táxi, o número do café, a fantasia dos animais da selva, o baby finalmente acedeu a ir para a cama, rodeado por todos os seus objetos de transição, e dispôs-se a ouvir uma última canção.
Geralmente pede um Magnificat que eu e Mr. Shaka costumamos cantar a duas vozes. [Sim, que baby-de-mulata é um pequeno gentil-homem, requintado e com gostos eruditos. Um menino que do alto dos seus três anos já tem os seus pergaminhos e os seus cânones.] Ou isso ou "O carro do meu chefe teve um furo no pneu", que a seu ver é também uma música com elevado valor harmónico-melódico, e com efeito hipnótico equivalente.
De repente, a propósito de nada, já depois da última canção, do beijinho, de mais um beijinho, de um último beijinho, depois do "vou sonhar contigo", depois do exercício africano "não deixes que os mosquitos te piquem", o baby-de-mulata perguntou a Mr. Shaka:
- Papá, podes cantar o Magnificat no meu casamento?
[Querem ver que me saiu um organizado?! O único da família mais caótico-catastrófica da história da humanidade? O menino ainda não tem namorada, ainda não tem os estudos concluídos nem um emprego estável, mas já começou a tratar do que se podia ir adiantando "para não deixar tudo para a última da hora".]
Homem prevenido vale por dois...ou então questionou de forma psicanalítica porque não se casam a mãe e pai do baby de mulata???? estão tão bem um para o outro!!!
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