Jogando ntchuva...
(Moçambique, fotos benevolamente colocadas na net por vários autores, porque eu não tinha nenhuma...)
A primeira pessoa em Moçambique que me mostrou como se pode amar um país e um povo que não é o nosso, a minha querida amiga Cloé, tinha na sala um tabuleiro de ntchuva. Mostrou-mo um dia, embevecida... Ela era uma apaixonada por jogos de estratégia e cálculo e por isso encomendara um dia esta obra de arte autêntica a um artesão da Matola.
O artesão fizera-o em pau preto com embutidos em sândalo e marfim num padrão intrincado, lindíssimo. As pedrinhas não me lembro de que material seriam feitas, mas recordo-me que eram de um cinzento claro que constrastava com o pau preto, e de uma perfeição que conferia ao tabuleiro uma mistura improvável e elegante de tradição e modernidade. Esta peça suscitava sempre a admiração das visitas, pela imagem desconcertante de um jogo tosco de rua jogado ociosamente por homens do povo transformado numa obra de arte feita em materiais preciosos.
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