Uma das maravilhas da jovem maternidade, quando por azar do destino, opção materna ou problemas de outras ordens e desordens não se pode amamentar, é a variedade de leites de lata que existem no mercado. Ele é com bífidos e probióticos, ele é com L-PUFAs, ele é anti-obstipantes, ele é anti-refluxo, ele é pró-conforto, ele é anti-cólicas. Ultimamente apareceram ainda os que acumulam: os que são anti-cólicas e hipoalergénicos, os que são anti-refluxo e hipoalergénicos. E há mercado para tudo isto, que as crianças choram, os pais desesperam, criam-se necessidades e o mercado é cada vez mais refinado, mais gourmet e exigente. Sobretudo no que toca ao leite, bode expiatório de quase todos os males, acusado de vilanagem porque tantas vezes, em vez de nutrir, desnutre... em vez de confortar, desconforta... e em vez de acalmar só enerva!
Não que não seja útil esta variedade. E o baby-de-mulata esteve durante tempos a fazer um leite medicinal que para ele foi importantíssimo, a 60 euros a lata pequena. E continuaria a pagar de bom grado cada cêntimo se fosse necessário. É a redundância de marcas, a publicidade descarada e desenfreada e o acenar com bandeiras para marcar pequenas diferenças que me deixa cética...
Serve esta pequena introdução para vos contar que há dois dias, no serviço de urgência perguntei a uma mãe de um bebé que chorava como um bezerro desmamado: "Que leite está a dar ao menino".
- A marca não dei, doutora, mas é um leite higiénico.
- Higiénico?
- Ai... caspofungénico (true story!)
- Hipoalergénico?
[um sorriso enorme, aliviado.] - Isso!
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