"Sempre tive uma tendência terrível para adiar coisas inadiáveis. Sempre que há um prazo para cumprir eu sou aquela que entrega as coisas já a pisar o limite. Tenho tendência a adiar, deixar para depois que hoje não apetece. Não me orgulho mas é verdade. Sou assim com as minhas relações (sentido lato) também, felizmente não tanto, felizmente não chego ao limite. Dou por mim a ignorar sinais de "abuso", dou por mim descontente mas a agarrar-me a migalhas como se disso pudesse depender a minha subsistência, dou por mim a ser ignorada e dou pelas minha energias a baterem no casco. E tolero durante algum tempo, tempo esse em que vou emitindo avisos. Deixo porque gosto, porque tenho carinho, porque são amizades longas e com muito tempo de história, porque não fazem por mal, porque dizer não dá muito trabalho, porque tenho alguma capacidade de sacrifício, porque o céu é azul e porque hoje estão 27ºC. Assisto a uma morte lenta enquanto agonizo até ao dia em que me lembro que sou a favor da eutanásia. Eu acredito que numa situação irremediável, há vários fins possíveis. Quanto mais o protelarmos, pior será a versão. Não sei o máximo que valho, mas sei o mínimo pelo qual mereço ser reconhecida. Com alguém que me veja abaixo disso, é impossível relacionar-me."Por Nervos em Frangalhos
Este texto não podia descrever melhor aquilo que sinto... Está decidido. Vou trocar de frigorífico!
Sem comentários:
Enviar um comentário