sexta-feira, 17 de maio de 2013

[psicanálise selvagem] lapsus linguae

Na consulta há uns tempos, a madrasta de uma criança relatava-me a consulta Psicologia a que tinha acompanhado a enteada tempos antes. Queixara-se na consulta de que a enteada estava o tempo todo agarrada ao pai (marido da "queixosa") e que aquela dupla imbatível tinha um fim catastrófico anunciado. Que ele lhe fazia as vontades todas, que ele não a ajudava a fazer os trabalhos de casa e que até dormia com ela se lhe pedisse.

Concordei que eram tudo maus hábitos e formas de funcionar que não promoviam a autonomia da criança.

- Pois, doutora, a psicóloga lá nos esteve a explicar que a menina ainda estava numa fase muito Edipeniana e que era preciso acompanhamento...

Eu concordei novamente, mas tive de deixar cair a caneta ao chão, Valha-me São Freud de Viena! Não consegui evitar um sorriso... O que será uma fase edipeniana? Ah, sim, aquela fase tão importante e específica do desenvolvimento em que o Édipo fica com inveja do pénis?

1 comentário:

  1. A sofrer desse distúrbio sou eu que me atrevo a vaticinar um muito mau prognóstico,i pobrezinha da menina!
    Sorriso!

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