segunda-feira, 18 de março de 2013

[exercícios africanos] inculturação moçambicana

 
Padrão de uma capulana

Decidi, desde o primeiro dia do baby-de-mulata nesta casa, manter um programa diário de exercícios africanos. A noite não é exceção. Tenho sempre uma capulana para o tapar e servir de resguardo na cama de grades, que serve também para qualquer eventualidade: usamo-la como pano de tourear nas noites de insónia e agitação, para limpar lágrimas e babas nas raras noites de birra, enxugar salpicos de água ou leite, para cobrir os bonecos nas brincadeiras de esconde-esconde. Em  último caso, em algumas noites de festa brava, a cama transforma-se na casota de um cão de guarda feroz e a capulana faz de teto dessa casa quentinha e acolhedora, que acaba, enfim, por chamar um sono tranquilo...

Qualquer menino moçambicano que se preze sabe que pode usar a seu bel-prazer todas as capulanas de sua mãe. Por fim, depois de todas as loucuras e touradas, despeço-me com o último momento de inculturação do dia: "Boa noite! Não deixes que os mosquitos te piquem!"

2 comentários:

  1. Uma capulana pode de facto ser tudo. Que delícia de post.

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  2. Moçambique, Moçambique, que saudades. Há mais de 10 anos que não vou lá e tenho tanta vontade de voltar.

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