terça-feira, 21 de maio de 2013

[as melhores do serviço de urgência] sinais de bom prognóstico...

 
 
Serviço de Urgência ontem à tarde...
(Estefânia em baixa resolução)
 
Passei fugazmente no corredor da cirurgia. Uma adolescente com uma apendicite aguda, finalmente sem dores (e conhecedora do facto de que, numa sala do bloco operatório, um balde de lixo esterilizado aguardava placidamente pelo apêndice responsável pelas suas últimas noites mal dormidas), lia o Memorial do Convento. Só lhe faltava o derradeiro sinal de bom prognóstico: estar de perna traçada. Mas isso era uma questão de dias...
Ah, grande seleção de esperanças!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

[psicanálise selvagem] lapsus linguae

Na consulta há uns tempos, a madrasta de uma criança relatava-me a consulta Psicologia a que tinha acompanhado a enteada tempos antes. Queixara-se na consulta de que a enteada estava o tempo todo agarrada ao pai (marido da "queixosa") e que aquela dupla imbatível tinha um fim catastrófico anunciado. Que ele lhe fazia as vontades todas, que ele não a ajudava a fazer os trabalhos de casa e que até dormia com ela se lhe pedisse.

Concordei que eram tudo maus hábitos e formas de funcionar que não promoviam a autonomia da criança.

- Pois, doutora, a psicóloga lá nos esteve a explicar que a menina ainda estava numa fase muito Edipeniana e que era preciso acompanhamento...

Eu concordei novamente, mas tive de deixar cair a caneta ao chão, Valha-me São Freud de Viena! Não consegui evitar um sorriso... O que será uma fase edipeniana? Ah, sim, aquela fase tão importante e específica do desenvolvimento em que o Édipo fica com inveja do pénis?